segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Pássaro que come shurikens...


Galhofeiro era o dono da tinturaria La Biscatine Flamboyant, Mirmidão Chinchilo, homem conhecido por não levar desaforos nem prezados senhores pra casa e também por importunar velhotas com sua desagradável imitação de cocó em polução noturna.
Numa daquelas tardes magníficas de primavera, em que pombos arrulam as rolas e rolas de cu são pombos, passou em frente ao afamado e colorido estabelecimento, uma virgem de nome Hímena Pussylock, filha do endiabrado e convescoteiro agiota Gosplan, que era famosa por embalsamar cadáveres para a crisma, usando cozimentos e filtros que fediam a pus de vaca carbunculosa.
Ao reconhecer a moça, Mirmidão correu para a frente de sua loja e pôs-se a dar batidelas sofonitas na altura de seu próprio baço, o que fazia com que sua cara ficasse vermelha feito bagas-de-Johannesburg:

Olha a cuzudinha! Balanga o cucu pra lá, balanga o cucu pra cá, eu quero ver nheconheco, xiquexique, balancê!

Quando estava prestes a cuspir o bolor de suas gengivas, para o alto, surgiu de trás de um barril de vitória-de-sica, Pandulf, conhecido caçador de meristemas, sabidamente apaixonado por Lady Pussylock, e desferiu no tintureiro seu mais assolador golpe, a Izuñaga de Corpo-Inteiro, que consistia num arremedo de tiger robocop, feito com o queixo. Ao ver que houvera arremessado o desafortunado mímico ao outro lado da rua, dentro de uma tina de óleo fervente de menescal, Pandulf bradou:

Bastei-me com este cabra safado! Vá imitar piroca na puta que te pariu, agasalhador de triolés!


Totalmente solícita a seu salvador, Lady Pussylock resolveu entregar-lhe a virgindade, enviando-lhe o gentil cabaço em um envelope registrado e com selos triangulares, uma vez que o serviço postal de Pittsburg costumava ser falho, em tempos de guerra e de chacotas envolvendo a vida pessoal de Edson Celulari.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Um parto que se come frio


Cabaço Gonçalves era um mouro muito do mequetrefe, e não se abstinha de pregar pilhérias e bangolefas em qualquer um que lhe chamasse a atenção.
Certa vez, entrou na taverna de Moses Grafitelli, um italiano toleirão e truculento, dono de uma voz gutural de alce-bíades em período de acasalamento e de uma munheca destruidora, com que, em um só golpe, era capaz de destroçar pavimentos inteiros de estacionamentos suburbanos. Mal assomou-se ao antro, proferiu em voz alta:

Quem planta columbas, há de dar razão a mim: não há nada mais lisonjeiro, que entrar aqui e balangar a piçanha em vossas fuças de merdinha, mostrando a vocês o quanto pafúncios vocês são. Agora que eu disse isso, o que têm a me dizer?

Nada foi dito em retaliação, entretanto. Havia uma espécie de luto entre os comensais, pela morte de Bucetinha Pico-de-Jaca, conhecida feladora de coveiros da região, que se confundira em seu último ato, boqueteando um defunto até ele morrer (morrendo ela também, mais tarde, de infecção cadavérica na garganta). Os convivas se limitaram a baixar as cabeças, comendo pãezinhos de pupunha e tomando gin aos bebericos.

Ferido em sua vaidade, por ser um indivíduo miserável de chato, o mouro tentou uma alternativa sórdida e desesperada: tomou uma clava burgúndia encostada à parede e a atirou contra Grafitelli, xingando-o de "baço brocha de um cataplasma".

Embora fosse treinado em diversas artes marciais, além de ser formado em malandragem, manha, punga e trato social com a patifaria, não pelas instituições consumadas e laureadas pelas convenções sociais e influência política intrínseca, mas pela vivência no submundo e anos de experiência com corjas, o bom taverneiro apenas olhou tristonho para a arma que o abalroou a testa, espalhando tufos de cabelos-carapinha e tecidos miolares pelo balcão do bar. O mouro, então, olhou a todos os presentes, com um olhar vitorioso e desdenhoso, apontando o dedo a cada um deles, antes de sair, cantando God Save the Inconnu for Life, na versão derviche.

Nada mais podia ser feito, a não ser comer mais um pedaço de pãozinho de pupunha, e derramar gin uretra abaixo, pra grande desespero das glandes, uretras e candirus de cada um daqueles pobres e derrotados homens de boa fé e ações estranhas diante de espelhos de lavabo.

Bem fez a avó, que coou café nas anáguas


Caía a tarde, feito um gromérulo de Malpighi, quando Cadafalso Bostes colheu a última zaratustra na grande pedra do pontal da praia preso pela polícia do cu. Jamais houvera verão como aquele, em que jubartes com suas enormes e rodopiantes jumelas providenciaram alimento suficiente para a proliferação desenfreada das zaratustras, principal ingrediente de variados pratos da alta gastronomia de Vilcanota, cidadezinha do Texas, fedorenta feito cucu de marceneiro.
Voltando da praia, ao passar pela frente da casa de Japonês Preto (líder dos pescadores daquele arraial), foi brutalmente interpelado pelo dono da casa:

Assim, se vão as fibras de meu encardido cardigã jeitoso... deixareis aí mesmo essas iguarias ou terei que demover-vos da vileza a pontapés e beliscões badôdos na bundinha ruça?

Achando tudo aquilo muito estróina, muito trejeitudo, Cadafalso replicou:

O, my breath is a misery! Pula pra dentro que te ponho rigas, chanceler extremo de priapas nabas! Quando tu vai com o milho, já voltei com canja de cocó faz tempo!

Isso foi mais que suficiente pra despertar a ira de Japonês Preto, que, de um só golpe, decepou o pobre homem com uma lâmina de microscópio, espalhando pela calçada uma sopa de miolos, zaratustras, chutney de manga e crimes inafiançáveis, ainda na forma larval.
Prontamente arrependido, Kunta Katana (era seu apelido de infância, criado por amigos que ocasionalmente se serviam de seus boquetes aveludados, sob a sombra de uma joshua tree no fundo do quintal de um açougueiro) maldisse o dia em que nasceu, espargindo colostro de putinha sobre a fronte calva, rasgando seus andrajos poentos e piscando o cucu em direção a alfa-centauro, bradando fortemente:

Jurei com porra na língua, jurei com a mão sobre um trôço! Tyger! Tyger! Quem dorme é o leão!

E correu pela rua principal, até tropeçar numa poça de vômito de beata, e cair de nuca nos cascalhos lodosos em frente ao pelourinho, no exato momento que a população açoitava Carlinhos Brown e Lilian Witte Fibe, por serem adúlteros, leprosos e escrotos pra caralho.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Ninfa e Discóbolo


Dubadubá Bougainvillea era uma ninfeta ardilosa, cheia de cucus e meias-soquete sujas de sêmen coalho, de gerações e gerações de soldados do Corpo de Bombeiros de Sofia. Certa feita, ao voltar de uma noitada em um puteiro alíquota disfarçado de brechó, passou por um mendigo tresandando a milho, que a interpelou:

Mas balança os bulangos, a pacoviazinha... bem merecia que eu lhe esporrasse nos miolos, enfiado em seu ouvido!

Apesar de estupefacta, a serelepe Duba Boca-de-Palimpsesto (era chamada assim, por um poeta de três mamilos, morador de uma república de estudantes) gostou da ideia e, rasgando a meia-calça com uma serra-mármore, sentou-se sobre o colo do mendigo, com olhar desafiador e oblíquo de cigana descabaçada:

Quero ver se tem agulhas nas bolas... põe pra fora esse cocó, para eu felar!

O problema é que o mendigo (chamado pelos assistentes sociais locais de Fontainebleau Gonococcus) não tinha pênis tal João de Santo Cristo, o que muito irritou Duba, que irrompeu em pragas:

Maldito, troca-buçanhas, jangadeiro de mil escopetas! Peida sem mágoa, num albor de nuvens!

E, dizendo isso, arremessou o maltrapilho eunuco de cima de uma ponte, espatifando-o sobre o leito de um rio morto, onde boiava, podre, um cachorrinho feito de batata e palitos.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Um banquinho e um violão


Cruvinel Benton era um cozinheiro frustrado, desde que perdera o primeiro lugar de um renomado concurso gastronômico ocorrido em Heracleia, para o insuportável chef francês Gugu Promenade, e sua saladinha pastosa de pomme-de-terre com pupas.

Cansado de dar murros em pontas de cigarro, um dia resolveu que seria Jesus, e pôs-se a pregar em montanhas e colônias de leprosos. Numa dessas, conheceu Gazofilácia, que seria musinha charmosa de suas punhetas, a partir de então. Não sabendo muito bem como abordar aquela moça faceira, que deixava pedacinhos rotos de sua bunda, onde quer que se sentasse, resolveu utilizar-se da velha artimanha leonina, no cumprimento de disposições mais ousadas:

Gasolina para os operários! Há um espinho na minha mão, badodinha... faça alguma coisa!

Assustada com a falta de decoro do agnus dei de avental, Gazofilácia fugiu gritando, espantando os cavalos-jume que pastavam nos arredores:

Mas é uma porra sem juízo esta vida! Onde já se viu? Onde já se viu? I want my money back!

Mas, sem se dar conta de que caíra no ardil do esperto gourmand, pisou numa mina terrestre e esboroou-se pelos ares, sobre a risada tripudiante e priápica de Cruvinel, que dançava, de membro em punho:

Mandacaru quando pega um pra cristo é sinal de que as escunas jamais deixarão Málaga!

Daquele dia em diante, Cruvinel deixou de comer Negresco, e se mudou para Michigan, onde passa trotes telefônicos com sussurros sensuais, para as seis esposas sebentas de um alfandegário.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

A dura lição da neblina


Era uma noite de inverno em Glasgow, quando Gomes, o Libertino adentrou o pub A Faggot's Grocery, com intenção de fazer arruaças.
Batendo a porta estrondosamente à sua entrada, soltou arrotos, raspou os pés no capacho e gritou, segurando a ponta do próprio nariz, em provocação:

Não há lugar no mundo como a casa de Sally Garranchuda, a mais nervosa e fofolette das sluts fudequinhas, daqui até Oklahoma, e mamãe de todas as vossas senhorias, carpidores de excremento escoto de armistícios!

Aquele pub, porém, era de propriedade do escrivão Borrabotas Lampreu, conhecido por ser um homem gelatinoso e pacífico, doador de dinheiro para quermesses, instituições beneficentes, mendigos e antros de esculhambação fascista, onde cidadãos de classe média usavam catapultas para bombardear, com sêmen de gado red angus, um poster de Mussolini. Ao se dar conta do que acontecia, Lampreu não se conteve:

Queres passar de coisa troncha a maniqueísmo, seu traquinas? Pois vieste ao lugar certo... hei de banir-te pra sempre das praias endinheiradas onde canta o caga-telhas!

Percebendo a merda que havia feito, Gomes girou sobre os calcanhares e as rodas de tortura e, rápido feito sirigaita em dia de partida de cricket, zuniu pela rua enevoada, emitindo gritos terríveis de agonia, acordando a vizinhança:

Eu quero ovo de codorna pra comer! Quem, em sua miserável vida, jamais se sentiu sexualmente atraído por uma cachalote?

Mal teve tempo, no entanto, de puxar de volta o fôlego de suas palavras. Voava por ali um helicóptero que se perdeu de seu bando ao tentar alcançar o mar de Stravaganzza, e, visto que tinha fome, espalhou com sua hélice o corpo do pobre homem pela rua. Ao pousar para o nefando banquete, porém, a névoa o atrapalhou e ele atingiu uma mina terrestre disfarçada de anúncio de empadinhas com recheio de cocó, explodindo.

Os homens que estavam no pub, e que saíram em perseguição ao desafortunado badôdo, não conseguiram enxergar nada, além de névoa e uma explosão terrível, e pensaram que o joelho de Gomes, que veio rolando pela rua até bater no bico do sapato de Thomas Tetas de Soslaio (motorista de um lorrey com placa adulterada), fosse na verdade um medalhão de prata concedido a Lampreu pela Providência Divina, motivo pelo qual o penduraram na porta do pub e felaram seu dono por cinco dias seguidos.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Festa finda, músicos a pé


Esgaravatana Seixas era um rapsodo incompetente, que sempre trocava situações e personagens de suas histórias, provocando a fúria e síncopes cardíacas nos moradores das cidades por onde passava, sendo obrigado a fugir pianinho daqueles lugares, com frequência.
Uma vez, chegando ao povoado de Cu Sôfrego de Mairiporã, na Carolina do Norte, foi reconhecido por um castrador de cavalos-jume:

Veio até aqui pra nos encher a porra do saco com suas historinhas de cocó assíduo? Vou presto chamar a Guarda Municipal.

Sem ter como fugir, argumentar ou instaurar eleições do cacete, Seixas implorou:

Ai de mim, que sou um xolinha sem tamanho nem biscates! Deixa-me passar, deixa-me seguir em frente! Imploro-vos... acabai com essa toleima!

Mas Bostanágua Gouveia era um castrador conhecido por sua inabalável frieza e aguerrida fé nos preceitos litúrgicos do Livro de Bukkakke e nos postulados de cálculos bizarros do hindu Pragabunda, e não conhecia a piedade: cortou, usando sua navalha Buñuel, os dois pulsos do pobre viajante, mergulhando-os no esterco das ruas, em seguida.

Aprenderás a dura lição da vida, chutabagos nojento! Míngua tua casta, de uma vez por todas e todas por uma deusa pagã, com corpo de teixo e cabeça de garoupa!

Humilhado, ferido mortalmente e zombado por todos que passaram por ali, Esgaravatana chorou feito putinha papa-moscas, chamando a atenção de três remanescentes da detènte e um galo (que estavam atocaiados num bosque de canelas-peido, não muito longe dali), despertando-lhes uma raiva saponácea, o que fez com que passassem bala a torto e a direito, em todos os moradores do povoado, com seus toscos e enferrujados rifles.

Depois de fazer uma pira com os corpos, mijaram sobre ela a noite toda, e enterraram o pobre Seixas numa cova rasa, com a esperança de que, um dia, ressuscitasse. Ao invés disso, dias depois, sobre seu túmulo, um corvo cagou.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

A Alma do Negócio


Aspásio Trocabotas era um rico comerciante, e figura principal de um conglomerado que abrangia empresas construtoras de painço até cardumes de badejos sefraditas.

Certo dia, após demorada reunião, em que se discutiu a fusão de seu império com uma rede de lojas de roupa sadomasoquistanesa, chegou em casa e encontrou o Diabo em seu gabinete, rodeado de dólmens e comendo batatinhas:

Ora, ora, ora... se não é Trocabotas, o dono desta casa! Vim buscar sua alma, galhofeiro de mil bronhas! Pastará junco mijado, junto a um bando de perdizes, por toda a eternidade!

Aspásio, no entanto, era matreiro, ladino, azôdo, e sabia que jamais houvera tratado qualquer coisa com qualquer entidade metafísica, muito menos com uma bicha empertigada, vestida de bubulas e godingas turcas:

Dou-te já o remédio por que imploras, cara de buceta impávida!

Dizendo isso, pegou de um mangual na parede e, num só momento, partiu pra partir a cara do infernal invasor, que levantou-se, rindo feito um desgraçado, espalhando migalhas de batata frita e perdigotos sabor alcaçuz sobre os carpetes de Dakota do anfitrião, ao ver que este, por engano, havia tirado da parede a tampa do fim-do-mundo, poderoso dispositivo de segurança, que engolfou Trocabotas numa flamejante explosão de fogo, enxofre, azedume e panfletos de Madame Zoina, capaz de trazer de volta, em três dias, a pessoa amada, a pessoa procurada, Fernando Pessoa e seus heterônimos, além de dar um alô pra câmera, com chifrinhos feitos com os dedos.

Vitorioso, o Diabo mudou seu nome para Babalu, assumindo os negócios de Aspásio e se tornando o Homem do Ano da Forbes e posando peladinho para a Hustler, ostentando suas recém-adquiridas próteses de polifemo, nas orelhas.

sábado, 10 de julho de 2010

Um triângulo nada isósceles


Crisântemo e Balaústre eram dois clowns divertidos, putíssimos, que faziam salamaleques e badodices em um certo bairro comercial em Boston, quando não estavam ocupados jogando bridge ou lendo cartilhas de Epaminondas Cucamonga, antigo radialista pusilânime, ligado ao IRA.

Um dia, Crisântemo se apaixonou perdidamente pela namorada de Balaústre, Delicious Amputée, uma trapezista da gandaia, putíssima, cuja elasticidade lhe permitia grandes proezas no felattio e na vida, de um modo geral.

Não contendo mais seus sinceros sentimentos, resolveu chamar o amigo, para uma conversa:

Seguinte... você a distrai e eu pulo-lhe em cima, realizando a manobra Priapo Contente Borrando as Botas.

Ferido pela traição do amigo, Balaústre tirou do bolso uma cigarreira e a abriu, gritando, putíssimo, com ligeiro sotaque ídiche:

Hava nagila hava, farol de milha! Bem merece que te pisoteiem os bolóis, às cegas!

Ato contínuo, eu sou contínuo e você é um filho de benzedeira de cooperativa na caatinga, Crisântemo foi despetalado, atropelado por um estouro de bisontes bisonhos bisorros, sem que pudesse reagir de forma alguma, a não ser gritando:

Cura-se com cádmio à ferida aberta... mas jamais haverá outro amigo em face desta terra, capaz de lambidinhas safadas em teu seio, ó Liberdade!

Balaústre fugiu, desgovernado, pra sempre preso a uma forma helicoidal, sendo espezinhado feito pâncreas de cocó, por onde quer que fosse.

Alheia a tudo e a todos, Delicious casou-se com Dalton Trevisan, com quem teve um filho, de nome Jurinélio, a quem atribuíam-se poderes telepáticos e afrodisíacos, se bolinado em praça pública.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

O caixeiro-viajante ouriçado


À Paula, uma belíssima paulistana, de quem fui amante em outra vida.




Catherine Luvmetender era uma godiva do jazz que vivia isolada em uma torre de ébano, marfim e pantomimas, e passava os dias acariciando seu serval Caronte e comendo bruschettas de pleonasmo com bolachas cabaçudas de água e sal (que eram, na verdade, ostras de manteiga molusca, radioativa na fonte, trazidas dos Bálcãs por galeões-fantasmas).

Numa noite summertime de outono, bateu a sua porta um mascate de nome Sigurd Rompe Mato, que havia se perdido depois de terrível tempestade no Bósforo, e que implorou por abrigo, tão logo ela abriu a porta:

I'm a stranger, baby, I just got in your town... mas vai ser gostosa assim lá na casa do Streptococcus Japanese Mantega!

Sem saber direito o que fazer, ela o deixou entrar, e para acalmá-lo, cobriu-o com mantas, serviu-lhe chá de tília de Pensacola e foi até ao piano, tocar um foda-se.

Ao ver aquilo, Sigurd tomou de sua espada Claymore e bradou:

Casa-te comigo, ou passo meu esfíncter a fio-terra de espada!

Sem pestanejar, Cathy Troubador-Cocotte (Catherine assim era chamada por Wesley & os Naipes, famosa trupe de neguinhos tocadores de metais pesados, em New Orleans n' Bragança) tirou do piano uma cauda de estegossauro e deu-lhe uma lambada nas fuças marianas do forasteiro, derrubando uma de suas metades no carpete e jogando mais duas, janela abaixo.

Arrastando-se, agonizante, até à cozinha, Sigurd ainda teve tempo de dizer, antes que o sangue lhe parasse de correr no cérbero:

Mmmm...mmmm...

Naquela noite, um caminho de flores azimutais exalou um aroma de passiflora por toda a cidade, que nunca mais acordou.

Caronte mudou-se para Niterói, depois do ocorrido, e ganha uma baba na travessia para o Rio de Janeiro.

terça-feira, 6 de julho de 2010

O peidorreiro destemido


Borbarakk era um pescador aposentado, afogado em dívidas, de vida naufragada, que perambulava pelas ruas de Memphis, com um realejo desafinado, tirando a sorte pras pessoas de bem.

Certa vez, foi acometido de uma crise flata, justamente no dia de São Pataputas, padroeiro dos rebeldes sem causa urgente. Contudo, precisava garantir seu pão, sua comida, todo amor que houver nessa cidade de gente marrenta, e, mesmo com todas aquelas pessoas por perto, ia soltando, ali mesmo, uns peidinhos muito dos sem-cerimônia.

Acontece que, na ocasião, estava na cidade um perigoso e olegário estivador, dado a palestras tortas e afrontamentos diretos, de nome Sinuoso, que era conhecido por sua maestria na arte da capoeira e do fagote. Ao passar pelo realejo de Borbarakk, o tranca-ruas parou:

Fee, faa, foo, foam... sinto cheiro de tumbebas. Acaso comeste, ontem, as tumbebas de minha horta?

Pego em fragrante delito, Borbarakk sacou rapidamente uma calculadora e, com inacreditável frieza, dividiu o valentão por 9, fazendo com que suas tripas fossem parar, significativamente, do outro lado da vírgula. Antes de ser seccionado, porém, Sinuoso ainda gritou:

Tomei no cu, pra largar de ser condricte! Malditas tumbebas! Triste fim pra um isoldo!

Aclamado como novo herói local, Borbarakk foi esquartejado em praça pública, pra grande alegria daquela gente humilde, que não via algo assim, tão magnífico, desde a chegada do transatlântico Gozador àquele porto, décadas atrás, quando a cidade passava por uma crise gravíssima de abstinência.

sábado, 3 de julho de 2010

O Moleiro Incompetente


Um moleiro de nome Iastophânias cruzou um galo e uma caixa de nitrato de prata e obteve sua primeira filha, Rebeca, que não usava paletó no frio.

Numa segunda vez, cruzando um babalaô e uma freira carmelita, teve gêmeos, gerados no ventre de uma discórdia, e acabaram se matando logo após o parto, estrangulando-se mutuamente com um cordão da marca 1 Billy Call.

Na terceira tentativa, cruzando um pé de ervilha rugosa com uma drosophyla, nasceu Clive Owen, que mais tarde alcançou sucesso como crooner em uma boate gay.

Cansado de tentativas fracassadas (ele buscava o elo perdido da humanidade), Iastophânias bebeu leite de loba com bolóis de Massachussets e morreu engasgado, pondo fim a uma série de malogros épicos, trazendo a paz de volta ao Condado Não Se Olham os Dentes.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Entre a fonte e a cegueira


Garbo Longfellow era um camarada acintoso, determinado e com leve inclinação para lúdico, quando em crise de artrite.
Certo dia, ao passar pela Fonte da Balbúrdia, no Maine, exclamou, a que todos ouvissem:

Meu reino por aglaés e peido com farinha!

Uma cigana bêbeda, de nome Guloseima Prestes, passava pelo local e viu naquilo uma oportunidade pra se dar bem, uma vez que só conhecera percalços, amputações e deficiência de adenosina, em sua pobre vida como mulata de cabaré, onde dançava o maastriche e a polca cantábile, com fusos incendiados pendentes de sua vulva, por argolas prateadas. Chegou-se, feito a tilápia gangrenada do Volga (matreira e ladina, e famosa por jantar às custas de velhinhos com incontinência urinária), e interpelou Garbo, de maneira sagaz:

Quer boquete ou punhetinha, bololzinho de guarnapas?

Amargurado pela dor de uma saudade, o homem pôs-se a esbravejar, enquanto se arranhava na altura do pescoço, produzindo um espetáculo dantesco e apolinário, que foi comentado por muito tempo nas rodas de bisca do bar de Kronos, um velho marinheiro a quem faltava uma das sobrancelhas, perdida no Mar Cáspio, perto da Seborréia, região famosa por parir sargentos e âncoras de televisão estatal:

Assim, não vingo! Assim, não presto! Tirem esses paramécios de cima de mim!

A cigana arregalou tanto os olhos, que explodiram, o que fez com que Garbo espumasse efusivamente pela boca, até se tornar uma poça de ascarel, onde um pince-nez reluzia sua derrota e seu aprimoramento em relações internas e catálise de gordura hidrogenada, própria para o consumo do gado Chianina e de alcoviteiras viciadas em placebo.

Guloseima terminou seus dias como piloto da RAF, abatendo Junkers enfurecidos pela peste, no Parque Nacional da Serra Viada.

quarta-feira, 30 de junho de 2010

A coragem no coração das trevas


O meu nome é Roadkill, e eu não tenho pâncreas.

Pensou consigo mesmo o malandro decadente Bóvias, ao morrer eletrocutado enquanto tentava felar uma corrente elétrica de altíssimas idagem e voltagem, sem perceber que trazia descalços um pé e três filhos homens, sem nome específico.

Ao voltar pra casa, que ficava no Queens, encontrou a famigerada gangue dos Stone Age Temple Pilots, cujo líder, Muthafuckanigga II, o interpelou:

Aonde pensas que vais, assim, tão brejeiro, filho de uma que ronca e fuça? Vamos espancá-lo até à apnéia!

Mas Bóvias, faixa-preta em ansiolíticos, não se fez de rogado. Meteu uma pedra numa funda e a girou, gritando:

Agora eu quero ver, cambada! Agora eu quero ver quem se habilita! Irão todos se arrepender do dia em que Milton nasceu, clube de letreiros de esquina!

Iracundo, Bóvias girou tanto a funda, que levantou vôo, atingindo os fios mais altos e explodindo em um milhão de pedaços de durazno desidratado, que foram mais tarde recolhidos pelo Exército de Salvação.

Ao chegar em casa, fora recebido com grande festa pela esposa Assíntota, especialista em fodas geométricas e marzipã, e pelos filhos: Cambeba, Ginkob Lobah e a pequena Xoxota, menina bastante precoce.




Lopes, o viajante desconfiado


Havia, na cidade de Tizias, norte da Samotrácia, um lugar conhecido como Platô da Fulô, um bar frequentado por marinheiros lésbicos e tiranetes carecas exilados. Certa feita, passou por lá um viajante de nome Lopes, famoso por suas incursões no dodecafonismo pós-moderno e fudelanças pagas pelo governo tcheco, em épocas de colheita de figo.
Lopes foi bem recebido por todos, com guloseimas e beberagens mil e uma e novecentos e cincoenta, mas um dos marinheiros, sentado ao fundo do bar, estancou em impropérios ao viajante:

Orongo dado, orongo suado... hei de mostrar-te o caminho do plenilúnio, bárbaro infeliz e meditabundo!

Sem reação, Lopes apenas olhou, quando imensa tora de sequóia adentrou a janela que dava para o patíbulo e a carioteca pública, acertando em cheio o vômer do marinheiro, estilhaçando sua existência pelos séculos e séculos.
Feliz e pimpão, Lopes pagou uma rodada a todos, que cantarolaram:

Roda na benga, roda no cu, quem manda nessa porra é o grande Ataxerxes, o Aleivoso!

Desse dia em diante, remanescentes da detènte acendem uma vela ao Santo Exu Pery e apostam altas somas em dinheiro em cobras que engolem elefantes.

terça-feira, 29 de junho de 2010

O Cânhamo na Masmorra



Trigolé era um fazendeiro rampeiro e dava pra todos os peões e capatazes das propriedades vizinhas. Um belo dia, encontrou, por puro acaso, um cigano de nome Abotrops, que lhe ensinou a escrever de trás pra frente:

Faça isso, faça direito, gajô... osac (que é 'caso contrário' em ciganês paladino) ferverei tuas tripas em óleo de linhaça e perceves!

Sem titubear, Trigolé voltou pra casa e pôs-se a renomear os bichos, os móveis e as cores de sua tinturaria em Delaware, fato que causou grande comoção por vários lugares da grande nação, exigindo uma ação rápida e direta do Exército, que bombardeou a propriedade de Trigolé (o belo Rancho Marcha) com massiva chuva de megatons.

Ao ver que não escaparia, Trigolé ainda teve tempo de correr para o estábulo e soltar seus poldros:

Corram, cavalinhos, corram, antes que se fodam!

Mas, os cavalos não atenderam, pois Trigolé devia ter gritado sohnilavac em vez de cavalinhos, visto que a nova regra dos nomes já havia sido assimilada por ali.
Sendo assim, morreram todos e, sobre o lugar, foi erguido um monumento, em forma de obelisco, aos combatentes mortos no Vietnam, vitimados pelo tifo.

O Polvo e a Retroescavadeira



Havia um polvo de nome Patrapúlbedras (que os persas chamavam Patr'al Polb- Edrash e os irlandeses, Pat) que costumava passar as férias de seu emprego, como caixa-eletrônico em Boston, nos mares de cetim da Normandia.
Certa feita, enquanto comia farinha e pão grelhado na companhia de senhoras fundistas chupadoras de caralhos energúmenos, foi abordado por uma retroescavadeira de nome Eugênia, a qual vendia pés de moleque, rins de ninfeta e salamaleques nas praias daquela região:

-Vai doce aí, ô bacana?

Ferido atrozmente no âmago de sua célere inteligência, Cedric Sinclair, III (nome dado a Patrapúlbedras por seus companheiros da kappa-beta-lambda-australásia, em Leicestershire) sacou de um tomate envenenado e nauseabundo e atirou-o à sua interlocutora, gritando:

Engula plasma, renegada!

Eugênia que, na hora da agressão, ria-se como uma depauperada, levou a tomatada bem no centro de sua glote, o que fez com que engasgasse e morresse imediatamente, sem chance de reprimendas.
Vitorioso, o polvo voltou à cidade e comprou uma camisa do Palatinaikos. Ainda hoje é possível vê-lo por aquelas paragens, tocando gaita de foles e felando advogados suspeitos de desvio de verba e sonegação de impostos.

A camponesa afoita






Hijurrólia era uma camponesa comestível, dessas que se encontram sentadas em privadas portáteis em pontos de ônibus, contando fadigas e percalços a maníacos-depressivos embucetados. Certa vez, andando pela floresta, Hijurrólia topou com o pé na raiz de um olmo e faia e salgueiro chorão que exclamou:

Ui, ai! Devassa empertigada e praseodímia! Nunca mais faça isso comigo!

Pedindo mil desculpas, Hijurrólia continuou seu caminho, assoando o nariz e mascando chiclé, sem se preocupar com roupas no varal ou radicais livres fazendo a festa em seu organismo.

Dois dias e uma noite cheia de vaga-lumes depois, caiu estafada próximo a um bosque de trypanossomas cruzi, que choraram sua morte, com ais e ranger de dentes, tomando seu corpo inerte nos flagelozinhos e cantando com voz rouca e empedernida:

Triste moça, pobre moça! Bucetinha, bucetão, bucetarra, bucetaz... choremos, choremos, irmãos!

Com a cantoria, a moça acordou e, mais célere que a faísca, sacou de uma Desert Eagle .50 e atirou em todas as direções. Acontece que lá estavam, atocaiados, três remanescentes da detènte que, com seus toscos e enferrujados rifles, puseram fim à vida da camponesa, num átimo, tendo ela tempo de dizer antes de morrer:

Algozes! Látegos! Chonfralhas! Não têm cu, não têm pedra-pomes!

E foi assim que mudaram o nome do Ceilão para Sri Lanka, em homenagem a Sir Lancaster, que cagou e andou.

Das manchas na lapela de um mouro




Limbofrécito era um humilde pensador de feridas purulentas. Criado nas ruas esgueirudas de Pilosa, pequena ilhota zinha inha inha das Honduras Britânicas, desde cedo aprendera a se virar com o que achava no lixo das casas grandes e dos restaurantes.
Certa feita, ao passar por um monturo lobato, Limbofrécito se deparou com um bicho. O bicho não era um cachorro, não era um gato, não era um rato, não era um dragão de Komodo... o bicho, meu Deus, era um cabide de cisterna, de nome Havvakusptas, a quem Limbofrécito interpelou:

Ó suribundo alamano! Saí! Saí de minha pândega, para benefício de tuas vilosidades intestinais e epigastro!

Sem dar ouvidos a tamanha injúria, o cabide deu-lhe de ombros e continuou almoçando totoso um pedaço de garoupa lésbica.

Limbofrécito morreu ali, de fome, de frio, de kwashior e tristeza, para grande júbilo de Havvakusptas, que entrou em seu cabriolé envenenado e disse a Vin Diesel:

Vamo-nos, careca! Roma não foi sodomizada em Cartago.

De onde vêm os asteróides




Gary Orelha-Seca era um detetive frustrado, cujo caso mais interessante fora o do sumiço de um pé de couve, encontrado por ele, dias depois do comunicado oficial de seu desaparecimento, bêbado e malquisto na zona baixa da cidade, nos arredores do cais do porto, bebendo lama medicinal e cantando Il Trapo e la Putana, em alto e dissonante trinado.
Certo dia, cansado de tanto colher madeira podre dos cantos da unhas, interpelou sua quase sempre calada secretária, Patsy Cuzinho:

Hey, Patpaspartout, vem cá afagar minha benga, vem!

Sem mirar Gary nos olhos, mas ainda respirando, a pobre moça, em cujos seios crescia abundante forração de maquis-garrique, não teve outra alternativa a não ser pular da janela, estabacando-se à calçada do nauseabundo prédio no fim do Soho, gritando em sua queda de nove andares:

Fui à merda, fui ao zoológico! Malditos sejam todos os eleitores de governistas babaquaras, malditas as portentosas tetas de Phil Aldermann!

Lá de cima, aturdido, Gary acendeu seu último cigarro, com a última carga de gás do isqueiro que seu pai havia trazido das Seychelles, em viagem à busca de cocos para masturbação.
O volume molar da carga não chegou a 3,45ng/L X 10²³.

O Lápis Genuflexo



Era um bom dia pra morrer, quando Platelminto Solitaire viu as uvas pela primeira vez.
Analisando fria e decididamente a situação, pensou em dar cabo da própria vida de Penélope Piamontese, sua esposa (Pené Descartes, como era conhecida nos cabarés de Baden Baden a Powell Powell, era dada a folguedos envolvendo chumbo e impressoras matriciais de setores burocráticos seldjúcidas, isso quando não bancava a Lady Go Go Diva dos pinheirais de Riga. Tony, seu amante das quartas-feiras, jogava squash com bolas sebentas feitas de restos de cirurgia de tireóide, que ele conseguia sempre depois de ser felado copiosamente por Sookie Susan, enfermeira do Hospital Geral de Cconnecctticcuttie cutie), ao descobrir que ela havia servido feijão romeno no almoço oferecido por ele às Senhoras Claudicantes Vítimas de Estupradores Legionários Macedônios.
Em vez disso, pagou um tílburi, que o levasse até o Passeio Público. Ali, encontrou Tony, o safardana que deixava as coxas de sua Pené embebidas em água de Colônia:

Eis o fanfarrão acintoso! Peidaste muito, da última vez que se grafitaram, vilão?

Sem saber o que fazer, pego de surpresa com as calças round his ankles, Tony jogou um punhado de terra nos olhos de Platelminto, que, se esquivando, bateu com a cabeça num trôpego gerifalte a que faltava uma das asas e que procurava alimento fresco naquelas redondezas bastas em cocós e piupius e disse, antes de morrer de leptospirose congênita:

Puta que não me pariu... que falta me faz aquela taça de gin oferecida por Ciclard Finnes, o Furibundo, quando estive em missão às Baleares, para emitir mensagens de paz e solidariedade aos povos e gentes que não têm o que comer.

Perto dali, uma rosa nasceu entre os dedos de uma estátua priápica, em cujos êneos glúteos, picharam em carmim:

Bundinha.

O Monge Parrudo




Num mosteiro não longe dali, não perto miró, o monge Thelonius tocava seu piano de cauda de pêssego e lima da Pérsia, quando passou por ele o Irmão Grande, conhecido por ser um fradalhaz bicepudo e largo em extensão diametral (era um BBB de proveta, capitão de corveta e filé grelhado de corvina). Ao ser interrompido pela sombra do avantajado frei, Thelonius esbravejou:

Chupa, que é de Panzer, incomensuravel cocó! Toma na lata o pão dos teus dias!

E disparou uma cusparada rica em ptialina que cobriu a cara do abade-abadá-abadom, partindo-a em mil pedaços.

Célere feito a mosca tsé-tsé-tung, o monge musicista pegou os cacos da cara do irmão e usou como confeito de um lindo e delicado bolo de ameixas, que serviu para os companheiros e para a garotada daquela vila, que nunca viu outro dia tão feliz.

A dracma e o melão azedo




Espumosinha era uma moça recatada, colecionadora de óvulos imênstrues e panelas Tramontina. Numa ocasião, ao sair de casa para comprar bolóis, foi interpelada por um janízaro de capa e espada, aparentemente aturdido:

Mas que parangolé de símios! Se não é a rainha deposta do Oásis da Tâmara Jura!

Sem ter pra onde correr, mas munida de um galho de arruda, Espumosinha replicou ao brávato:

Não vem que não tem, mourisma! Capo-te o Truman, antes que possas doutriná-lo!

O janízaro, cujo nome era Lidash, não quis deixar mais nervosa a moça e propôs que jogassem ajedrez, mas, nem tirou da túnica o tabuleiro, foi trespassado por uma alabarda flemish do século XII, habilmente brandida por Espumosinha, que disse, olhando-o nos olhos e rilhando os dentes gastos pelo escorbuto:

Soubeste-te bem o acepipe, hã, magano dos maganos, sacripanta polonês polido!?

Assim, Lidash morreu. Não deixou filhos e teve sua fortuna doada ao Banco de Sêmen de Portland, ganhando, lá, um corredor com seu nome.

O Verme e a Cigarra e a Formiga



Havia uma barata na careca do inselberg. Uma vez, passou por lá um caixeiro-viajante ouriçado, de nome Satanágoras, e plantou um cone sobre seu cimo.
De onde menos, se esperava, um feroz e aturdido cânforo saiu e esmigalhou a carne do viajante que gritava entre seus dentes:

Ulaláááá, ululuuu... não tenho pai, não tenho mãe, não tenho um cão andaluz!

Anos depois, ao passar por ali um outro caixeiro-viajante (rugoso-de-ribossomos), de nome Rompe-Tíbias Sarraceno, o cânforo foi facilmente vencido em luta corporal clegg e, do ventre da besta, Tíbias tirou um quadrado, que plantou ao lado do cone, dando origem ao Senegal.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

O ponto e a aspa




Anestarco Trilobita era um corretor de imóveis mais imóvel que correto e andava tricotando gado leiteiro para conseguir arcar com os ônus de uma família grande e cassiopéia.
Certa feita, sua filha Rabelais engravidou de um aleuta e esperava alíquotas gêmeos univitelinus-pauling e pediu dinheiro ao pai:

Dá-mo! Dá-mo, que urjo gastos!

Sem tirar a mão do bolso, Anestarco correu pela casa em ziguezague, até cair morto de psicopompas no enterogastro, dizendo, antes de expirar:

Ai de ti, Copacabana, ai de ti, Apolinária, ai de ti Jaboatão!

Longe dali, um galo aprendeu a atirar e juntou-se a três remanescentes da detènte, ganhando um rifle tosco e enferrujado e alguns amendoins carunchados, que serviram de ração por longos dias.

O sacristão e as botas


Garamond-Turner era um sacristão que se alimentava de pão sovado e bisnagas com queijo. Certa vez, ao passar em frente a uma loja de cálices, foi abordado por um clister:

Maldito seja! Maldito seja pela eternidade! Você roubou minhas anáguas e irá pagar!

Aturdido e apalermado, Garamond-Turner apanhou um cabriolé, de pronto e disse ao condutor:

Siga aqueles estercorários!

Mas, o condutor era surdo e, além disso, teve um infarto fulminante logo que percebeu que as botas carmim de Garamond-Turner estavam sujas de bolos fecais asininos.

O clister não se fez de rogado e dançou em volta do corpo do condutor, cujo nome era Moshe Mosaika Papanopoulos, de origem delo-judaica, para grande desespero de Garamond-Turner e da Senhora Cu de Rapariga (que assistia a tudo da janela de seu loft).

E foi por isso que o prefeito de Siracusa proibiu os cidadãos de lavarem alho antes de fritá-lo, durante seu mandato.

O Aardvark e as Uvas


Globisbrunte era um aardvark andejo, que gostava de filmes B e coca-cola cuspida. Certa feita, passeava ele pelo sul da França, pesquisando cantigas medievais, quando, ao passar por um vinhedo, encontrou-se com o Diabo, disfarçado de poeta dadaísta, que disse a ele:

Essas uvas são deliciosas!

Globisbrunte se assustou e morreu cinco vezes, sem conseguir matar o chefão daquela fase e o Diabo se ria, exalando um perfume de cocô coalho, empesteando o ar.
Apareceram, então, três remanescentes perdidos da detènte e sentaram bala nos dois, com rifles toscos e enferrujados e, a partir desse dia, os vinhos daquela região passaram a transmitir tétano a quem os bebesse.