terça-feira, 29 de junho de 2010

A dracma e o melão azedo




Espumosinha era uma moça recatada, colecionadora de óvulos imênstrues e panelas Tramontina. Numa ocasião, ao sair de casa para comprar bolóis, foi interpelada por um janízaro de capa e espada, aparentemente aturdido:

Mas que parangolé de símios! Se não é a rainha deposta do Oásis da Tâmara Jura!

Sem ter pra onde correr, mas munida de um galho de arruda, Espumosinha replicou ao brávato:

Não vem que não tem, mourisma! Capo-te o Truman, antes que possas doutriná-lo!

O janízaro, cujo nome era Lidash, não quis deixar mais nervosa a moça e propôs que jogassem ajedrez, mas, nem tirou da túnica o tabuleiro, foi trespassado por uma alabarda flemish do século XII, habilmente brandida por Espumosinha, que disse, olhando-o nos olhos e rilhando os dentes gastos pelo escorbuto:

Soubeste-te bem o acepipe, hã, magano dos maganos, sacripanta polonês polido!?

Assim, Lidash morreu. Não deixou filhos e teve sua fortuna doada ao Banco de Sêmen de Portland, ganhando, lá, um corredor com seu nome.

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