segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Pássaro que come shurikens...


Galhofeiro era o dono da tinturaria La Biscatine Flamboyant, Mirmidão Chinchilo, homem conhecido por não levar desaforos nem prezados senhores pra casa e também por importunar velhotas com sua desagradável imitação de cocó em polução noturna.
Numa daquelas tardes magníficas de primavera, em que pombos arrulam as rolas e rolas de cu são pombos, passou em frente ao afamado e colorido estabelecimento, uma virgem de nome Hímena Pussylock, filha do endiabrado e convescoteiro agiota Gosplan, que era famosa por embalsamar cadáveres para a crisma, usando cozimentos e filtros que fediam a pus de vaca carbunculosa.
Ao reconhecer a moça, Mirmidão correu para a frente de sua loja e pôs-se a dar batidelas sofonitas na altura de seu próprio baço, o que fazia com que sua cara ficasse vermelha feito bagas-de-Johannesburg:

Olha a cuzudinha! Balanga o cucu pra lá, balanga o cucu pra cá, eu quero ver nheconheco, xiquexique, balancê!

Quando estava prestes a cuspir o bolor de suas gengivas, para o alto, surgiu de trás de um barril de vitória-de-sica, Pandulf, conhecido caçador de meristemas, sabidamente apaixonado por Lady Pussylock, e desferiu no tintureiro seu mais assolador golpe, a Izuñaga de Corpo-Inteiro, que consistia num arremedo de tiger robocop, feito com o queixo. Ao ver que houvera arremessado o desafortunado mímico ao outro lado da rua, dentro de uma tina de óleo fervente de menescal, Pandulf bradou:

Bastei-me com este cabra safado! Vá imitar piroca na puta que te pariu, agasalhador de triolés!


Totalmente solícita a seu salvador, Lady Pussylock resolveu entregar-lhe a virgindade, enviando-lhe o gentil cabaço em um envelope registrado e com selos triangulares, uma vez que o serviço postal de Pittsburg costumava ser falho, em tempos de guerra e de chacotas envolvendo a vida pessoal de Edson Celulari.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Um parto que se come frio


Cabaço Gonçalves era um mouro muito do mequetrefe, e não se abstinha de pregar pilhérias e bangolefas em qualquer um que lhe chamasse a atenção.
Certa vez, entrou na taverna de Moses Grafitelli, um italiano toleirão e truculento, dono de uma voz gutural de alce-bíades em período de acasalamento e de uma munheca destruidora, com que, em um só golpe, era capaz de destroçar pavimentos inteiros de estacionamentos suburbanos. Mal assomou-se ao antro, proferiu em voz alta:

Quem planta columbas, há de dar razão a mim: não há nada mais lisonjeiro, que entrar aqui e balangar a piçanha em vossas fuças de merdinha, mostrando a vocês o quanto pafúncios vocês são. Agora que eu disse isso, o que têm a me dizer?

Nada foi dito em retaliação, entretanto. Havia uma espécie de luto entre os comensais, pela morte de Bucetinha Pico-de-Jaca, conhecida feladora de coveiros da região, que se confundira em seu último ato, boqueteando um defunto até ele morrer (morrendo ela também, mais tarde, de infecção cadavérica na garganta). Os convivas se limitaram a baixar as cabeças, comendo pãezinhos de pupunha e tomando gin aos bebericos.

Ferido em sua vaidade, por ser um indivíduo miserável de chato, o mouro tentou uma alternativa sórdida e desesperada: tomou uma clava burgúndia encostada à parede e a atirou contra Grafitelli, xingando-o de "baço brocha de um cataplasma".

Embora fosse treinado em diversas artes marciais, além de ser formado em malandragem, manha, punga e trato social com a patifaria, não pelas instituições consumadas e laureadas pelas convenções sociais e influência política intrínseca, mas pela vivência no submundo e anos de experiência com corjas, o bom taverneiro apenas olhou tristonho para a arma que o abalroou a testa, espalhando tufos de cabelos-carapinha e tecidos miolares pelo balcão do bar. O mouro, então, olhou a todos os presentes, com um olhar vitorioso e desdenhoso, apontando o dedo a cada um deles, antes de sair, cantando God Save the Inconnu for Life, na versão derviche.

Nada mais podia ser feito, a não ser comer mais um pedaço de pãozinho de pupunha, e derramar gin uretra abaixo, pra grande desespero das glandes, uretras e candirus de cada um daqueles pobres e derrotados homens de boa fé e ações estranhas diante de espelhos de lavabo.

Bem fez a avó, que coou café nas anáguas


Caía a tarde, feito um gromérulo de Malpighi, quando Cadafalso Bostes colheu a última zaratustra na grande pedra do pontal da praia preso pela polícia do cu. Jamais houvera verão como aquele, em que jubartes com suas enormes e rodopiantes jumelas providenciaram alimento suficiente para a proliferação desenfreada das zaratustras, principal ingrediente de variados pratos da alta gastronomia de Vilcanota, cidadezinha do Texas, fedorenta feito cucu de marceneiro.
Voltando da praia, ao passar pela frente da casa de Japonês Preto (líder dos pescadores daquele arraial), foi brutalmente interpelado pelo dono da casa:

Assim, se vão as fibras de meu encardido cardigã jeitoso... deixareis aí mesmo essas iguarias ou terei que demover-vos da vileza a pontapés e beliscões badôdos na bundinha ruça?

Achando tudo aquilo muito estróina, muito trejeitudo, Cadafalso replicou:

O, my breath is a misery! Pula pra dentro que te ponho rigas, chanceler extremo de priapas nabas! Quando tu vai com o milho, já voltei com canja de cocó faz tempo!

Isso foi mais que suficiente pra despertar a ira de Japonês Preto, que, de um só golpe, decepou o pobre homem com uma lâmina de microscópio, espalhando pela calçada uma sopa de miolos, zaratustras, chutney de manga e crimes inafiançáveis, ainda na forma larval.
Prontamente arrependido, Kunta Katana (era seu apelido de infância, criado por amigos que ocasionalmente se serviam de seus boquetes aveludados, sob a sombra de uma joshua tree no fundo do quintal de um açougueiro) maldisse o dia em que nasceu, espargindo colostro de putinha sobre a fronte calva, rasgando seus andrajos poentos e piscando o cucu em direção a alfa-centauro, bradando fortemente:

Jurei com porra na língua, jurei com a mão sobre um trôço! Tyger! Tyger! Quem dorme é o leão!

E correu pela rua principal, até tropeçar numa poça de vômito de beata, e cair de nuca nos cascalhos lodosos em frente ao pelourinho, no exato momento que a população açoitava Carlinhos Brown e Lilian Witte Fibe, por serem adúlteros, leprosos e escrotos pra caralho.