quarta-feira, 14 de maio de 2025

O Glamour das Passarelas





Pintos Fora era uma lavadeira rameira, que vivia sozinha, com seu bebê Toneleiros e um d'mónio chamad' António, numa casinha pequenina de sapé e ruibarbo.
Numa bela noite airosa e gostosa, bacana e cheia de prosa, Pintos ninava seu bebezinho, cantando uma canção catalã sobre um tosquiador basco, de nome Churrasco, quando bateram-lhe à porta. 
Apreensiva, mas determinada, Pintos Fora interpelou o pré-visitante:

Que queres, tu, de mim, absolutely chim? 

Do outro lado da porta, a voz abafada de Ergastoplasma Plasmann, o Judeu Saltitante, respondeu:

Sou o bode. Bééé.

Com medo de que Plasmann peidasse, até derrubar sua casa, Pintos Fora o trouxe pra dentro. O homem estava cansado e maltrapilho, mas permanecia bode, por etiqueta e conveniência. 
Vendo que o bebê se agitava em seus cueiros e baetas, com a chegada do judeu, Pintos levantou-se, dizendo:

Cuida de meu bebé, enquanto vou ao toilette fazer uns toletes de cocozel badôdo. 

Quando tomou Tonton Tonton Tontonton Ton Tontonton nos braços (Toneleiros ganhara esse título em Berkeley, quando participara de um concurso de marchas fúnebres, tocadas em tímpanos de couro de bunda. Ficou em sétimo lugar), Ergastoplasma percebeu que era o mesmo bebê de Satanás, da Paixão de Cristo de Mel Gibson. A conexão foi imediata.
Puseram-se a dançar em volta de uma fogueira improvisada por António, com poemas de Chacal escritos em barbitúricos. Foi uma festa danada e Ergastoplasma decidiu abrir ali uma taverna, a que chamou Prancing Jew.
Pintos Fora nunca voltou do banheiro.

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